quinta-feira, 11 de maio de 2017

O SANEAMENTO DE NOVA IGUAÇU É O PIOR DO BRASIL

Instituto Trata Brasil lançou nesse ano de 2017 o ranking com as 10 piores cidades em oferta de Saneamento Básico entre os 100 maiores municípios do Brasil. Com base nos dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) de 2015, o ranking mostra que Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, são as duas cidades do estado do Rio de Janeiro com os piores índices.

Segundo o Instituto Trata Brasil, em 5 anos o município de Nova Iguaçu arrecadou 526 milhões de reais, ao passo que investiu nesse mesmo período a cifra de 85, 6 milhões em saneamento. A discrepância dos valores coloca o município numa situação nada confortável.

Apesar dos números dizerem que 93% da população iguaçuana conta com o abastecimento de água, quando observamos o cenário do tratamento de esgoto em Nova Iguaçu nos causa preocupação. Isso porque apenas 0,57% do esgoto é tratado, informa o ranking do Instituto.

O número otimista da universalização do abastecimento de água, em Nova Iguaçu, esconde que ocorre aproximadamente perda de 30 % no sistema. Outro elemento que não aparece nesse índice são as constantes reclamações dos moradores a respeito da intermitência e da irregularidade do abastecimento de água.

SANEAMENTO É SAÚDE

A ausência de saneamento básico é um dos macrodeterminantes para o surgimento de arboviroses, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Os atuais surtos de dengue, zika e Chicungunya para além de uma questão comportamental também estão atrelados à ausência de políticas públicas em saneamento.

Entre 2007 a 2015, Nova Iguaçu apresentou 2105 internações por conta de dengue. Franca, município que aparece no topo do ranking do Instituto Trata Brasil, no mesmo período apresentou 23 internações. Nesse período, 24 pessoas vieram a óbito, em Nova Iguaçu, por estarem infectados pelo vírus da dengue.

CEDAE PROMETE MUDANÇAS

Em decorrência do Dia Mundial da Água (22 de março), a prefeitura de Nova Iguaçu promoveu um seminário sobre recurso hídrico. Estiveram presentes secretários municipais, membros dos Comitês de Bacias, associações de moradores, estudantes e a CEDAE.

Segundo Humberto Melo Filho, Diretor de Engenharia da CEDAE, a empresa promete um investimento de 3,5 bilhões de reais em obras na rede de água. Obras como a do bairro da Posse, em Nova Iguaçu, para a construção de uma elevatória e um tronco de distribuição, orçada em 123 milhões, tem previsão de término para junho de 2018.

O projeto de construção do Guandu 2 também foi comentado. Humberto informou que essa obra atenderá exclusivamente a Baixada Fluminense. O Guandu 2 compreende a construção de uma Estação de Tratamento com capacidade de 12m/s, além de um reservatório e uma adutora de 3,5 metros.

Porém, quando indagado sobre o esgotamento sanitário, Melo Filho se restringiu a dizer que existe um estudo em andamento na Casa Civil para a realização de uma Parceria Público Privada. Com isso, o tratamento de esgoto se apresenta como o grande desafio em saneamento dos próximos anos.

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