terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O que aconteceu em 2011?


Confira abaixo os links com as principais matérias do Boletim do Meio Ambiente desse ano.
  • Nosso país se consolida como a sexta economia mundial, o que consolida também duas grandes Eras: a do lixo, e a do consumismo.
  • No país do pré-sal, o precedente aberto pelo mega-vazamento de óleo da BP no Golfo do México (o maior desastre natural dos Estados Unidos) não serviu de lição para que evitássemos o vexame do vazamento da Chevron na Bacia de Campos, da forma como aconteceu, escancarando inúmeras lacunas de ordem legal.
  • Esse ano aconteceu também a COP - 17, em Durban. Os mais poluidores fogem de qualquer acordo climático. Afinal, por que arriscar a produção ( ainda mais nesses tempos de crise ) apenas por alguns graus Celsius a mais no futuro?
  • 2011 foi o ano internacional das Florestas. Entretanto, o futuro das nossas florestas continua em jogo. Esse ano, o novo Código Florestal que foi alvo de questionamentos importantes da comunidade científica – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciências e da própria Agência Nacional de Águas (ANA). Mesmo assim, foi aprovado na Senado.
  • O objetivo dessa mudança é "garantir nossa segurança alimentar", segundo seus defensores. Mas, o veneno continua na mesa. Quando se trata de agrotóxico, nosso país é campeão mundial no uso dessas substâncias. A legislação é frouxa, fiscalização é deficiente e uma estranha burocracia impede a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de agir rápido quando se constata a necessidade de retirar do mercado um determinado produto de elevada toxicidade.
Essas são questões que poderiam ser discutidas de outra maneira, se passássemos mais tempo refletindo sobre elas. Que 2012, venha logo!


Inspirado na matéria publicada no Guardian e no blog Mundo Sustentável

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mobilidade versus carrocentrismo

O texto abaixo  é de Ricardo Abramovay, é professor titular do Departamento de Economia da FEA, do Instituto de Relações Internacionais da USP e pesquisador do CNPq e da Fapesp: (adaptado)

"Ampliar espaços de circulação para automóveis individuais é enxugar gelo, como já bem perceberam os responsáveis pelas mais dinâmicas cidades. Automóveis individuais e combustíveis fósseis são as marcas mais emblemáticas da cultura, da sociedade e da economia do século 20.

A conquista da mobilidade é um ganho extraordinário, e sua influência exprime-se no próprio desenho das cidades. Entre 1950 e 1960, nada menos que 20 milhões de pessoas passaram a viver nos subúrbios norte-americanos, movendo-se diariamente para o trabalho em carros particulares. Há hoje mais de 1 bilhão de veículos motorizados. Seiscentos milhões são automóveis.A previsão para 2020 é de 2 bilhões de veículos.
 O automóvel particular, ícone da mobilidade durante dois terços do século 20, tornou-se hoje o seu avesso. Isso, por três razões básicas.

Em primeiro lugar, o automóvel individual com base no motor a combustão interna é de uma ineficiência impressionante. Ele pesa 20 vezes a carga que transporta, ocupa um espaço imenso e seu motor desperdiça entre 65% e 80% da energia que consome.

É a unidade entre duas eras em extinção: a do petróleo e a do ferro. Pior: a inovação que domina o setor até hoje consiste muito mais em aumentar a potência, a velocidade e o peso dos carros do que em reduzir seu consumo de combustíveis.

Em segundo lugar, o planejamento urbano acaba sendo norteado pela monocultura carrocentrista.

A consequência é que qualquer estratégia de crescimento econômico apoiada na instalação de mais e mais fábricas de automóveis e na expectativa de que se abram avenidas tentando dar-lhes fluidez é incompatível com cidades humanizadas e com uma economia sustentável. É acelerar em direção ao uso privado do espaço público, rumo certo, talvez, para o crescimento, mas não para o bem-estar.

Não se trata -terceiro ponto- de suprimir o automóvel individual, e sim de estimular a massificação de seu uso partilhado.

Oferecer de maneira ágil e barata carros para quem não quer ter carro já é um negócio próspero em diversos países desenvolvidos, e os meios da economia da informação em rede permitem que este seja um caminho para dissociar a mobilidade da propriedade de um veículo individual.

Eficiência no uso de materiais e de energia, oferta real de alternativas de locomoção e estímulo ao uso partilhado do que até aqui foi estritamente individual são os caminhos para sustentabilidade nos transportes. A distância com relação às prioridades dos setores público e privado no Brasil não poderia ser maior."

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

COP-17: Cúpula do clima termina, mas sem acordos ambiciosos

Chegou ao fim dia 11/12, a 17ª Conferencia das Partes da Convenção de Mudanças do Clima das Nações Unidas (UNFCCC) em Durban.



No acordo, foi garantida a segunda fase do Protocolo de Quioto, entre 2013 e 2017, o funcionamento do Fundo Verde Clima, bem como criado um novo acordo global de redução de emissões (incluindo todos os países) para vigorar após 2020.

Entretanto, tal acordo não é muito promissor, com relação a redução de emissão de gases de efeito estufa. Isso porquê, não estão incluídos no protocolo de Quioto EUA, Rússia, Canadá e Japão. Além disso, entre o final da segunda fase, em 2017, e o início do próximo acordo global, em 2020, ainda não ficou estabelecido se haverá algum outro compromisso para controlar emissões, adiando-se essa decisão para a COP18, de 2012, no Catar. Quem se apresenta mais preocupado com as consequências da mudança climática são aqueles mais vulneráveis, como as pequenas ilhas e os países menos desenvolvidos da África, que já enfrentam anualmente danos severos por eventos climáticos extremos e prejuízos na produção agrícola. Parece que o mundo desenvolvido continua pensando, primeiramente, em seus interesses nacionais e econômicos e apostando para ver o que vai acontecer com o clima mundial.

Segundo a ONG Amigos da Terra, “Os resultados desta COP17 mostram que os países industrializados fazem caso omisso da ciência. Tampouco querem assumir sua responsabilidade histórica pelas mudanças climáticas, com escassas, senão nulas, promessas de redução de emissões e de financiamento para a mitigação e adaptação no Sul global”.

Segue abaixo um quadro que mostra as principais decisões da Conferência:

TemasResultados da COP17
Protocolo de QuiotoApós muita discussão, foi aprovada a segunda fase de Quioto, que deve começar em 2013 e seguir até 2017, com meta de reduzir de 24% a 40% as emissões de gases estufa com relação a 1990.

Quioto continua sendo aplicado aos países industrializados, mas Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo, seguem sem metas de redução obrigatórias até um novo acordo global. Japão, Rússia e Canadá também não irão participar.

O novo período é chamado de “Quiotinho”, já que terá menos participantes do que a primeira fase, praticamente só países da União Europeia e Austrália.
Fundo Verde ClimaForam aprovados os mecanismos de funcionamento do Fundo e sua capitalização. Contribuições diretas dos orçamentos dos países desenvolvidos, como Alemanha, Dinamarca e Grã-Bretanha, e de outras fontes alternativas de financiamento (não especificadas), assim como investimentos do setor privado serão as fontes de verbas principais para atingir a meta de liberação de U$ 100 bilhões por ano até 2020.

Distribuídos em partes iguais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, o comitê executivo do Fundo será formado por 24 membros.

O principal objetivo do Fundo Verde é que países pobres e em desenvolvimento tenham uma fonte internacional de recursos para aplicar em projetos nacionais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Acordo mundial, pós 2020Todos os países irão participar de um acordo legalmente vinculante para redução de emissões de gases estufa após 2020. Isso inclui os poluidores mundiais atuais, como China, Índia e EUA.

Na COP18, ano que vem no Catar, serão estabelecidas as metas reais de redução e outros detalhes do novo acordo, que devem ser negociados até 2017.

O problema é o vazio de compromisso que teremos entre esse novo projeto de 2020 e a segunda fase de Quioto, que termina em 2017. Além do fato de não distinguir as obrigações dos poluidores históricos daquelas dos países em desenvolvimento.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Licenciamento ambiental super rápido

O texto abaixo é de Washington Novaes, jornalista e supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira e dirigiu vários documentários.

"São um passo perigoso as portarias do Ministério do Meio Ambiente, que reduzem drasticamente, para 90 dias, os prazos do Ibama, da Fundação Nacional do Índio, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - o IPHAN e da Fundação Palmares para decidir em processo de licenciamento de usinas hidrelétricas, portos, rodovias, linhas de transmissão de energia e exploração de petróleo e gás. Além disso, esses órgãos só poderão pedir uma vez informações aos empreendedores.

Não há quem não saiba que a imensa maioria dos pedidos de licença chega a esses órgãos com muitos problemas. Além disso, os licenciadores têm estruturas mínimas para examiná-los. No Ibama, são menos de 400 funcionários; na Funai, 17, no IPHAN, 22; e na Fundação Palmares, apenas 6. E hoje existem, sem licença, mais de 50 mil quilômetros de rodovias, 42 portos, 150 linhas de transmissão. A Funai tem de cuidar de 13 por cento do território brasileiro onde há reservas indígenas, mais de um milhão de quilômetros quadrados. O IPHAN, de 22 mil sítios históricos.

Não é preciso ser profeta para saber que vai ficar ainda mais problemático e precário o licenciamento ambiental, numa hora em que recursos naturais se tornam um bem escasso e cada vez mais valioso no mundo.

O que deveríamos fazer é o contrário: aperfeiçoar o licenciamento; cuidar melhor do nosso patrimônio natural. E transformar esses bens no centro de uma estratégia nacional. 

Mas o que está sendo feito é o contrário: facilitar a vida de empreendedores que apresentam projetos precários.É muito preocupante.O Ministério Público e a Justiça precisam se manifestar."

Fonte: Repórter Eco

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Natal no IFRJ

A Campanha Natal Solidário está arrecadando alimentos não perecíveis. O posto de arrecadação será na sala do Centro Acadêmico de Biologia (no térreo embaixo da escada), nos horários dos intervalos alguns “Agentes Solidários” ficarão auxiliando nas doações. Também aceitaremos brinquedos em bom estado. Como incentivo a Biblioteca disponibilizou alguns livros para os alunos doadores; então nessa semana os dez primeiros que trouxerem cinco alimentos não perecíveis de três tipos diferentes (Ex: 1 feijão, 1 arroz, 1 fubá e 2 macarrões) poderão escolher um título e levá-lo para casa.

Os títulos disponíveis são:
· NETO, Ana Lucia Coutinho Santos Melo (Org.) ET. AL. Manual de cursos práticos em bioquímica. 5. Ed. Rio de Janeiro: Instituto de Geociências UFRJ, 1988. 352p.
· LUIZ, Adir M. Problemas de Física: vol. I. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1980. 299p.
· LUIZ, Adir M. Problemas de Física: vol. IV. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1980. 292p.
· PILLA, Luiz. Físico-Química: vol. 2. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1980. 912p.
· SOARES, Bluma Guenther. Química Orgânica: teoria e técnicas de preparação, purificação e identificação de compostos. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 322p.
· PINTO, Herbert F. Sistema de unidades Físicas: unidades mecânicas. Rio de Janeiro: Científica, [s.d] 168p.
· CAVER, Raymond. Short Cuts: cenas da vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. 179p.
· PEREPECHKO, I. Low temperature properties of polymers. Moscow: Mir Publishers, 1980. Ix, 301p.
· STEPHANOPOULOS, George. Chemical process control: an introduction to theory and practice. New Jersey: Neal R. Amundson, 1984. Xv, 696p.
· CASTRUCCI, Plinio Benedicto Lauro. Controle linear - método básico: vol. I. São Paulo: Edgar Blucher, 1980. 149p.

Outro evento que vale apena destacar é a Cantata de Natal  do IFRJ que ocorrerá no dia 16 de Dezembro no auditório do IFRJ campus Rio de Janeiro, com apoio da CoEx.

Contamos com a participação de toda a comunidade escolar do IFRJ!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011