terça-feira, 25 de setembro de 2012

Projeto bilionário prevê extração de ouro no Xingu

Por André Borges
Fonte: Valor Econômico

Adaptado de: Amazônia.org


Volta Grande do Xingu no rio que abrigará a hidrelétrica

 de Belo Monte e na região onde está a jazida de Ouro
O rio Xingu vai deixar de ser palco exclusivo de Belo Monte, a polêmica geradora de energia em construção no Pará. Em uma região conhecida como Volta Grande do Xingu, na mesma área onde está sendo erguida a maior hidrelétrica do país, avança discretamente um megaprojeto de exploração de ouro. O plano da mineradora já está em uma etapa adiantada de licenciamento ambiental e será executado pela empresa canadense Belo Sun Mining, companhia sediada em Toronto que pretende transformar o Xingu no “maior programa de exploração de ouro do Brasil”.

O projeto é ambicioso. A Belo Sun, que pertence ao grupo canadense Forbes & Manhattan Inc., um banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração, pretende investir US$ 1,076 bilhão na extração e beneficiamento de ouro. O volume do metal já estimado explica o motivo do aporte bilionário e a disposição dos empresários em levar adiante um projeto que tem tudo para ampliar as polêmicas socioambientais na região. A produção média prevista para a planta de beneficiamento, segundo o relatório de impacto ambiental da Belo Sun, é de 4.684 quilos de ouro por ano. Isso significa um faturamento anual de R$ 538,6 milhões, conforme cotação atual do metal feita pela BM&FBovespa.

A lavra do ouro nas margens do Xingu será feita a céu aberto, porque “se trata de uma jazida próxima à superfície, com condições geológicas favoráveis”. Segundo o relatório ambiental da Belo Sun, chegou a ser verificada a alternativa de fazer também uma lavra subterrânea, mas “esta foi descartada devido, principalmente, aos custos associados.”

Para tirar ouro do Xingu, a empresa vai revirar 37,80 milhões de toneladas de minério tratado nos 11 primeiros anos de exploração da mina. As previsões, no entanto, são de que a exploração avance por até 20 anos. Pelos cálculos da Belo Sun, haverá aproximadamente 2.100 empregados próprios e terceirizados no pico das obras.

O calendário da exploração já está detalhado. Na semana passada, foi realizada a primeira audiência pública sobre o projeto no município de Senador José Porfírio, onde será explorada a jazida. Uma segunda e última audiência está marcada para o dia 25 de outubro. Todo processo de licenciamento ambiental está sendo conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará. O cronograma da Belo Sun prevê a obtenção da licença prévia do empreendimento até o fim deste ano. A licença de instalação, que permite o avanço inicial da obra, é aguardada para o primeiro semestre do ano que vem, com início do empreendimento a partir de junho de 2013. A exploração efetiva do ouro começaria no primeiro trimestre de 2015, quando sai a licença de operação.

Todas informações foram confirmadas pelo vice-presidente de exploração da Belo Sun no Brasil, Hélio Diniz, que fica baseado em Minas Gerais. Em entrevista ao Valor, Diniz disse o “Projeto Volta Grande” é o primeiro empreendimento da companhia canadense no Brasil e que a sua execução não tem nenhum tipo de ligação com a construção da hidrelétrica de Belo Monte ou com sócios da usina.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Câmara aprova Código Florestal que beneficia grandes donos de terra

Por Denise Madueño/Brasília - O Estado de S.Paulo
Fonte: Estadão

A Câmara aprovou, ontem à noite, a medida provisória do Código Florestal, alterando o texto original enviado pela presidente Dilma Rousseff e beneficiando as médias e grandes propriedades rurais na exigência de recuperação da vegetação desmatada ilegalmente às margens dos rios.

Os deputados aprovaram a proposta que saiu da comissão especial do Congresso, contrariando a presidente. No mês passado, em bilhete endereçado às ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Dilma desautorizou o acordo que permitiu a aprovação da MP na comissão e alterou as faixas obrigatórias de recomposição, a regra chamada de "escadinha".

Assim como fez com o projeto do Código Florestal aprovado anteriormente pelo Congresso, a presidente poderá vetar parte do que foi aprovado ontem. "O governo não tem compromisso com o mérito, na medida em que não patrocinou o acordo na comissão", afirmou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), durante a votação.

O Senado deve votar a proposta na próxima semana. A MP perderá a validade no dia 8 de outubro, caso não seja votada até lá.

Para votar a MP, ontem, o governo não insistiu em recuperar o artigo que tratava da "escadinha", como tentou o PV. "Se derrota houve, foi na comissão especial", disse Chinaglia, referindo-se à mudança do texto original.

Os interlocutores do governo conseguiram isolar a parte mais radical da bancada ruralista, que condicionava a votação da MP ao compromisso da presidente de sancionar integralmente o texto aprovado na comissão.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

Quiosque solar ilumina a África

Imagine um lugar onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde. Pelo menos 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem nessa condição de isolamento energético, sem acesso à rede elétrica. Mas uma nova invenção pode mudar isso. É o SolarKiosK, um quiosque movido a energia solar, ou como chamam seus criadores, a empresa alemã SolarKiosk GmbH, uma “unidade de negócios autônoma”. O primeiro exemplar começou a operar em julho num vilarejo da Etiópia, um dos países mais pobres do mundo.


O quiosque vende de tudo: alimentos, pilhas, lanternas, bebidas, medicamentos, cartões para celular, entre outros produtos típicos de um posto comercial convencional. Seu diferencial, no entanto, reside da oferta de energia, limpa e renovável, produzida pelos painéis solares no teto. O sistema fornece eletricidade para uma geladeira que funciona como frigorífico comunitário e também para recarga de aparelhos celulares ou computadores. Dependendo das condições do local, dá até para oferecer TV, internet e música. O próximo passo é expandir o projeto para as regiões mais remotas de toda a África, onde 800 milhões de pessoas não têm acesso à energia. Para isso, a empresa busca apoio de investidores e Ongs.

Extraído de: 5 ideias verdes que podem transformar o mundo , Exame.com

Postado por: Laís Pinheiro

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Polícia Federal acusa Petrobras de poluir o oceano

Investigação descobre que a empresa despeja no mar, sem tratamento, resíduos tóxicos – dejetos da exploração do petróleo


POR: DIEGO ESCOSTEGUY COM MARCELO ROCHA, MURILO RAMOS E LEANDRO LOYOLA

FONTE: Revista Época

Na tarde de 30 de agosto de 2011, três botes da Polícia Federal (PF) deixaram a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, rumo à Refinaria de Duque de Caxias, a Reduc, a quarta maior da Petrobras. Os botes singravam as águas do Rio Iguaçu quando, súbito, depararam com boias laranja impedindo a passagem. A água escurecida reluzia óleo. O rio estava tomado por uma língua negra de poluição, que se espalhava pela Baía de Guanabara – perto dali, ela tinha profundidade de 2 palmos. “Parece uma privada!”, disse um agente da PF. Os policiais retiraram as boias, esperaram a maré subir e chegaram às margens da Reduc, onde funcionários aguardavam-nos. A PF, comandada pelo delegado Fábio Scliar, chefe da Divisão de Crimes Ambientais no Rio de Janeiro, investigava por que a Petrobras descartava poluentes diretamente nas águas do Iguaçu e na vegetação da área. Era o início de um processo criminal que culminou, há dois meses, no indiciamento de dois gerentes da Petrobras por crime de poluição – e na descoberta, segundo a PF e o Ministério Público Federal, da negligência da Petrobras ao descartar o principal subproduto poluente da extração do petróleo, a “água negra”.

A blitz na Petrobras começara às 7 horas daquele dia, quando peritos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão subordinado ao governo do Rio, sobrevoaram de helicóptero a Reduc e constataram a mancha de óleo. Três horas depois, os peritos visitaram a refinaria. Percorreram, acompanhados de funcionários da Petrobras, as margens do rio. Perto de um dos pontos onde eles haviam avistado as manchas de óleo, uma placa dizia: “Interditada”. Os gerentes da Petrobras insistiram que os fiscais não atravessassem a área, embora não explicassem por quê. Os fiscais foram assim mesmo. Encontraram uma operação de emergência da Petrobras, montada para retirar a poluição do local – e, segundo o MP, encobrir o crime. Havia caminhões de sucção de óleo, barreiras, funcionários correndo para lá e para cá. “Presenciamos as tentativas, a todo o custo, de conter a grande quantidade de óleo ainda retido ali”, escreveram os peritos. “Os funcionários que nos atenderam negaram até a derradeira descoberta do vazamento.”

Nas águas que margeiam a Reduc, na vegetação contígua e no manguezal que (ainda) existe no terreno da refinaria, os fiscais descobriram grandes quantidades de óleo. Parte já estava havia tanto tempo no local que apresentava a aparência de “chocolate cupcake”, apelido desse detrito – as fotos mostram que o manguezal de 353 hectares parecia um bolo mofado. Óleo novinho, misturado a dezenas de poluentes, era lançado ao rio durante a vistoria dos fiscais. Vazava dos dutos da estação de tratamento de detritos. Em vez de limpar, a estação sujava. Como escreveram os investigadores, “parecia um filme de terror”.

domingo, 9 de setembro de 2012

Alimento Orgânico é saúde


Em contraponto ao modelo de produção agrícola que utiliza equipamentos mecanizados, fertilizantes e agrotóxicos, a agroecologia promove o cultivo de alimentos orgânicos. Entendem-se como alimentos orgânicos: “aqueles cultivados sem agrotóxico e fertilizante químico”. Contudo, a agroecologia “é um conceito mais amplo e avançado”, pois, “não só não possuem agrotóxicos e transgênicos como são cultivados de forma justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável”. [1]

Os métodos dessa técnica desprezam qualquer intervenção química e o uso de OGM (organismos geneticamente modificados), ao contrário, trabalham com o método compostagem, adubação verde e rotação de culturas, respeitando o crescimento orgânico do solo. Assim, trazendo benefícios ao meio ambiente.

Os alimentos orgânicos, segundo pesquisas, são mais nutritivos, devido à terra ser cultivada sem fertilizante e herbicidas, que matam as pragas, mas também organismos essenciais à manutenção dos nutrientes do solo. Vitaminas, como por exemplo a C, são encontradas em maior quantidade em vegetais de origem agroecológia.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) realizou pesquisa que constatou que a maior barreira para o consumo dos alimentos orgânicos é o preço. Mesmo com um valor um pouco mais elevado que os alimentos oriundos do agronegócio, os alimentos orgânicos encontrados em feiras são mais baratos que os dos mercados. A pesquisa também apontou que das 27 capitais, 22 possuem feiras de alimentos orgânicos, em primeiro lugar está o Rio de Janeiro. Os preços tendem a diminuir com as políticas de incentivo à agroecologia, porém competir com o agronegócio e as corporações de biotecnologia que detêm o monopólio dos OGM’s são desafios de “Davi e Golias”.

Os agricultores que utilizam essa técnica sofrem com impostos e assimetria competitiva de mercado. Porém, você pode mudar essa realidade. Priorize alimentos orgânicos que só irão trazer benefícios a sua saúde e ao meio ambiente.

Então, anote aí! Caso você, caro leitor, reside na cidade do Rio de Janeiro, visite a Feira Cultural da Glória, Praça Russel, Flamengo, todos os sábados de 7:30h à 13:30h.


Fontes:
[1] Agroecologia.org