O texto abaixo é de Washington Novaes, jornalista e supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira e dirigiu vários documentários.
Não há quem não saiba que a imensa maioria dos pedidos de licença chega a esses órgãos com muitos problemas. Além disso, os licenciadores têm estruturas mínimas para examiná-los. No Ibama, são menos de 400 funcionários; na Funai, 17, no IPHAN, 22; e na Fundação Palmares, apenas 6. E hoje existem, sem licença, mais de 50 mil quilômetros de rodovias, 42 portos, 150 linhas de transmissão. A Funai tem de cuidar de 13 por cento do território brasileiro onde há reservas indígenas, mais de um milhão de quilômetros quadrados. O IPHAN, de 22 mil sítios históricos.
Não é preciso ser profeta para saber que vai ficar ainda mais problemático e precário o licenciamento ambiental, numa hora em que recursos naturais se tornam um bem escasso e cada vez mais valioso no mundo.
O que deveríamos fazer é o contrário: aperfeiçoar o licenciamento; cuidar melhor do nosso patrimônio natural. E transformar esses bens no centro de uma estratégia nacional.
Mas o que está sendo feito é o contrário: facilitar a vida de empreendedores que apresentam projetos precários.É muito preocupante.O Ministério Público e a Justiça precisam se manifestar."
Fonte: Repórter Eco
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