O presidente da Chevron para África e América do Sul, Ali Moshiri, classificou ontem a unidade brasileira da petroleira como uma das mais seguras do mundo. Ele culpou a configuração geológica da região do campo de Frade pelo vazamento de óleo que começou no dia 8.
"Lidamos com a mãe natureza, e a mãe natureza é complicada", disse Moshiri, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
A reportagem é de Sofia Fernandes e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 25-11-2011.
O executivo afirmou que o vazamento está controlado e que há menos de um décimo de barril de óleo depositado no mar. Ele afirmou que a operação de vedação do poço, na bacia de Campos (RJ), será concluída em meados de dezembro.
Questionado sobre as multas resultantes do vazamento, Moshiri se limitou a dizer que vai analisá-las. O Ibama multou a Chevron em R$ 50 milhões, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) autuou a petroleira, e o governo do Rio de Janeiro anunciou que pretende penalizar a empresa.
O executivo da Chevron usou um discurso pacificador e afirmou que já pretendia interromper todas as perfurações no Brasil, antes mesmo da determinação da ANP.
Moshiri disse que a empresa acata as determinações e leis em todos os países onde atua, 150 no total. "Sempre respeitamos as decisões de qualquer governo."
PRÉ-SAL
Sobre o risco de a empresa ser excluída do pré-sal -como parceira da Petrobras -, o empresário falou que será paciente e aguardará os desdobramentos do vazamento.
O ministro Edison Lobão disse que a comitiva da Chevron com a qual esteve reunida se preocupou em mostrar que é inocente e não pediu cancelamento de multas.
Lobão ressaltou que, pela resolução da ANP, a petroleira americana está proibida de perfurar novos poços, mas aqueles que ela já explora continuarão em atividade.
O ministro afirmou ainda que o Brasil tem "portas abertas" ao capital estrangeiro, mas com limites. "O Brasil tem regras, respeita contratos, mas exige respeito a suas regras internas."
Lobão disse que o governo tem promovido reuniões técnicas para revisar os estudos para o plano de contingência.
O plano, que pretende dar atribuições claras para dez ministérios em casos de acidentes como o vazamento de óleo no Rio, tramita pelo governo desde 2003.
Ele não deu datas para o lançamento do projeto.
Fonte: IHU Unisinos
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