sábado, 4 de agosto de 2012

Pescadores mostram sua força em Audiência na Câmara dos Vereadores.

Semana passada (01/08), ocorreu na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro uma Audiência Pública em Solidariedade aos pescadores da Baía de Guanabara.




No mês de Junho, dois pescadores foram encontrados mortos, amarrados em seus barcos, na praia de Mauá, Magé. Segundo indícios, os homicídios, assim classificadas as mortes, foram executados por milícias contratadas pelas empresas terceirizadas que prestam serviço à Petrobras, sendo elas responsáveis pela construção do gasoduto da Reduc,obra que prejudica a pesca artesanal.

A audiência estava lotada. Nela se encontrava pescadores da Baía de Guanabara, Pedra de Guaratiba e Baía de Sepetiba, que também sofre com a contaminação industrial, no caso, proveniente da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA). Os pescadores traziam em punhos cartazes com dizeres suplicantes que manifestavam, em poucas palavras, a situação em que vivem: “Baía de Sepetiba pede Socorro!”, “ A pesca artesanal do Rio de Janeiro agoniza!” entre outras frases denunciantes do estado crítico da condição da pesca nas Baías.


A mesa foi composta por representantes do governo federal, como um desembargador e superintendente do Ministério de Pesca; além do Sr. José Fagundes, representante da Delegacia Titular de Meio Ambiente do Rio de Janeiro. As falas eram todas de apoio aos pescadores, porém nenhuma proposta efetiva foi feita. A ausência de Marcelo Crivella, ministro da pesca e da aquicultura, e algum representante da Petrobras causou indignação dos presentes. Alexandre Anderson lamentou que o ministro tivesse desmarcado, demonstrando tamanha desconsideração pelos pescadores, e, no que tange à empresa estatal, questionou o compromisso com a preservação ambiental: “Cadê a responsabilidade socioambiental?”, perguntou.

Em homenagem aos pescadores mortos desde 2010, o presidente da associação de pescadores e agricultores de Pedra de Guaratiba, pediu um minuto de silêncio à plenária. Em seguida, criticou, de forma generalizada, a postura favorável das três esferas do governo aos empreendimentos de grande impacto socioambiental e ainda alertou, “Assim a pesca do Rio de Janeiro irá terminar”.



Segundo o presidente da AHOMAR, Alexandre Anderson, mais outros dois pescadores estão desaparecidos. No decorrer da audiência, foi levantada, também, numa das intervenções feitas, a questão da dragagem do Rio Guaxindiba, projeto da Petrobras com o objetivo de implantação de uma hidrovia. Esse plano, porém pode provocar a contaminação das águas pela emersão de metais pesados do fundo do rio, e, com isso, comprometer a qualidade do peixe.

O Boletim do Meio Ambiente (BMA) entregou a Carta de Apoio ao companheiro Alexandre Anderson, que agradeceu a disposição em colaborar. O Boletim, por sua vez, move uma ação pública na internet para ser encaminhado à prefeitura do Rio de Janeiro e ao governador Sérgio Cabral, numa manifestação de repúdio contra a omissão do estado e letargia do poder público municipal em relação à tomada de medidas em prol daquelas comunidades da Baía.

O clima é de total indignação com o Estado e prefeitura. O conflito se intensifica e novas perdas acontecem. Porém, os pescadores demonstraram sua força em resistir aos golpes do “devensolvimentismo”, predador e desumano, que o Brasil vem promovendo. E por acreditar na AHOMAR, o BMA está junto com eles nessa luta!

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