sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fotossíntese artificial ?

Adaptado de Ciencia Hoje
texto original: Célio Yano

Que tipo de produção de energia pode ser mais "verde" do que a de uma folha?

Um dispositivo que gera energia a partir de água e luz solar, também conhecido como ‘folha artificial’, foi criado pelo químico estadunidense Daniel Nocera, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). O motivo da designação é que o dispositivo é capaz de converter luz e água em energia sem gerar poluentes, de forma semelhante ao que ocorre nas plantas no processo de fotossíntese.

Diferentemente das células fotovoltaicas tradicionais, conhecidas como células solares, a folha artificial não gera eletricidade diretamente a partir do sol, explica Nocera. Ela utiliza a luz solar para quebrar moléculas de água (H2O). Os átomos de hidrogênio e oxigênio são então armazenados em uma célula combustível que poderá produzir energia elétrica imediatamente ou ser utilizada mais tarde.

O baixo investimento para a produção do equipamento do químico do MIT é uma das principais características ressaltadas por Nocera. “Nossa folha é totalmente composta por materiais abundantes na Terra e, portanto, comercialmente viável”, disse.

De tamanho aproximado ao de uma carta de baralho, o aparelho utiliza basicamente células solares de silício, circuitos eletrônicos e catalisadores . Os catalisadores são compostos por níquel e cobalto e, estimulados por luz, são capazes de quebrar moléculas de água.

Com aproximadamente quatro litros de água e sob sol, o dispositivo pode produzir energia suficiente para abastecer uma casa por um dia. A expectativa do químico é que seu invento sirva como fonte de energia alternativa principalmente em países em desenvolvimento. “Para as residências, esse tipo de tecnologia dispensará outras formas de geração de energia”, prevê.

O pesquisador do MIT espera que, em apenas três anos, geradores de energia fotossintéticos baseados no princípio da folha artificial já estejam em uso fora dos laboratórios. Uma boa notícia para as folhas que fazem fotossíntese de verdade.

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