domingo, 19 de fevereiro de 2012

E os tais métodos alternativos?

Existem diversas interpretações relativas ao que sejam “métodos alternativos” ao uso de animais para realizar experimentos científicos.

Na interpretação mais difundida, porém pouco fundamentada, métodos alternativos são aqueles que podem ser “alternados” com técnicas que utilizem animais. Dessa maneira, quando um processo diminui o número de animais utilizados, utiliza metodologia em que animais sofrem menos durante os procedimentos e consegue, em alguns casos, substituir o uso de animais, estão-se utilizando métodos alternativos.

Em outra interpretação, métodos alternativos são todos aqueles que conseguem simular a mesma situação que se encontraria se determinado procedimento fosse realizado em animais. Dessa maneira, tenta-se criar simulações onde se possa substituir o uso de animais ou, ao menos, diminuir seu uso.

Numa terceira interpretação, métodos alternativos não devem tentar simular resultados que seriam obtidos de animais experimentais, pois estes podem fornecer dados duvidosos. Ao invés disso, devem buscar obter resultados aplicáveis diretamente aos pacientes, sejam eles seres humanos ou animais.

Dependendo do objetivo da pesquisa, existe a possibilidade de se utilizar muitos recursos baseados em sistemas in vitro (pesquisa em tecidos isolados, células animais, vegetais ou microorganismos); podem-se utilizar, para alguns estudos, espécies de vegetais; simulações computacionais, estudos não invasivos em voluntários, técnicas físico-químicas (espectrometria de massa, cromatografia, tomografia), nanotecnologia; e para fins didáticos podem ser utilizados cadáveres, softwares, filmes, entre outros.

A escolha por determinado teste não deve ser aleatória. Cada fim pretendido demanda a adoção de uma ou mais técnicas. Ao estudarmos seres humanos ou linhagens celulares específicas, evitamos a má interpretação de resultados que podem advir quando da extrapolação de dados obtidos de animais de outras espécies.

Texto original: Sérgio Greif ( biólogo formado pela UNICAMP, co-autor do livro “A Verdadeira Face da Experimentação Animal” e autor de “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação”

Disponível em: Agencia de Notícias de Direitos Animais (ANDA)



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