Durante essa semana vem
acontecendo em Doha no Qatar a COP-18, décima oitava conferencia do clima
cercada de incertezas quanto ao seu principal objetivo: estabelecer uma
extensão do Protocolo de Kyoto, hoje o único acordo internacional de proteção
climática em vigor.
Para quem não se lembra de ou ainda
não sabe, o Protocolo de Kyoto (ou Quioto) é
consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference
on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro
de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Trata-se de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a
redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados,
como causa antropogênica do aquecimento global. Por ele se
propõe um calendário pelo qual
os países-membros têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros
da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
A extensão do Protocolo de
Kyoto, que vence no próximo dia 31, deve acabar saindo apesar de um aparente descontentamento geral
com o texto. Além de decidir até quando esse "puxadinho" do
acordo valerá -- se até 2017 ou até 2020--, ficou para o encontro de agora a
definição do quanto será reduzido nas emissões. De qualquer maneira, o
acordo já nasce com um alcance limitado. Só a União Europeia e a Austrália,
responsáveis por cerca de 15% das emissões globais de carbono, concordaram em
participar com ações concretas de redução de emissões do que já está sendo chamado,
nos bastidores da COP-18, de "Kyotinho".
O acordo, porém, já
foi criado com ausências importantes. Os EUA não ratificaram o pacto, e nações
em desenvolvimento como China, Índia e Brasil, que hoje respondem por boa parte
das emissões mundiais, não tinham metas imediatas.
Hoje, o maior impasse para a extensão é puxado por
Rússia, Polônia e Ucrânia. Esses países emitiram menos do que poderiam na
primeira fase de Kyoto e agora querem levar essas "sobras" no
potencial de emissões, o chamado "hot air", para a segunda fase do
acordo, o que desagrada boa parte dos negociadores.
Representantes dos
quase 200 países reunidos em Doha, no Qatar, não chegaram a um acordo, e a
COP-18, cúpula do clima da ONU que deveria ter terminado dia 07 de dezembro à
noite, ficou sem hora para acabar.
Mais informações aqui e aqui.
ADENDO
O Protocolo foi extendido por oito anos para além de 2012, o que o mantém ativo como o único plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento global. Mas Rússia, Japão e Canadá abandonaram o contrato, o que faz com que as emissões de gases do efeito estufa de países que assinam o tratado representem apenas 15% do total global.
ADENDO
O Protocolo foi extendido por oito anos para além de 2012, o que o mantém ativo como o único plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento global. Mas Rússia, Japão e Canadá abandonaram o contrato, o que faz com que as emissões de gases do efeito estufa de países que assinam o tratado representem apenas 15% do total global.
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