Em poucos meses ficou quase impossível não
escutar o nome “Aldeia Maracanã”. Através dos grandes meios de comunicação,
mídias alternativas e redes sociais, muitas foram as informações divulgadas
sobre esse espaço.
O Centro de Referência da Cultura dos Povos
Indígenas Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, que hoje se encontra em
Botafogo coordenado por não-índios e criticado por manter uma estrutura
verticalizada e burocrática, é um patrimônio de valor material e imaterial
localizado no bairro do Maracanã, anexado ao Complexo do Maracanã, no meio do
centro urbano. Lugar de difusão da cultura indígena a Aldeia Maracanã promove
atividades culturais - entre elas: dança, coral, pintura corporal e ensino de
línguas indígenas – abertas a população, oportunidade única de estar em contato
com os saberes desses povos tradicionais.
Atualmente, a Aldeia abriga,
aproximadamente, 12 etnias (Guajajara, Kalapalu, Tupinambá, Assurini, Pataxo,
Krikati, Achaninca, Potiguara, Tukano, Fulnio, Apurinã e Puri), é mantida pela
ajuda de sindicatos por meio de doações e contas arcadas pela União. O
conflito gerado pelos interesses do Governador Sérgio Cabral, junto
aos meios corporativos de comunicação de massa que apoiam o político
peemedebista, colocam como inexorável a demolição do prédio e a remoção dos
índios daquele espaço. Há indícios de irregularidade desde a compra do terreno
por 60 milhões pelo governo estadual, vendido pelo Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento). A aquisição foi feita sem consultar os Índios, a Funai e o
próprio Ministério da Agricultura, que até então era proprietário. Antes da
década de 70 a questão indígena era tratada pelo Ministério da Agricultura, pois a concepção da época era que o índio iria ser tornar camponês. Com as mudanças
da visão do homem branco sobre os índios, mais tarde, quem ficou encarregado
foi o Ministério da Justiça.
Dentre esses e outros motivos, a Aldeia
Maracanã não pode ser destruída, pois, com ela iria uma parte de nossa
história. Além, de apagar uma herança simbólica das lutas travadas por Darcy
Ribeiro e Villas-Bôas.
Muitos órgãos, instituições e entidades já
se posicionaram contra a intenção do Governador Sérgio Cabral, “choveram”
pareceres técnicos, de tombamento e notas da Fifa e a Unesco desfavoráveis a
demolição do prédio foram publicadas. Espaço que poderia ser mais bem
aproveitado pelo município explorando a área de turismo e educação, e ali ser
instalada uma universidade indígena para potencializar o papel difusor cultural
que a Aldeia Maracanã possui.
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