No próximo mês de Julho, quem abandonar seu lixo na rua,
seja uma lata de cerveja ou um sofá velho, vai ser multado. A medida vai ajudar
a reduzir os custos com a limpeza urbana.
O valor da multa varia conforme o tamanho do que é
descartado.
Segundo o prefeito Eduardo Paes em entrevista ao jornal O
Dia, ele espera que o Programa Lixo Zero seja “ uma revolução cultural” para o
Rio de Janeiro”. Já em entrevista ao noticiário RJTV, afirmou que a medida começará
pelos bairros do Centro, Zona Sul e parte do subúrbio.
A maioria das pessoas joga seu lixo no chão ou pela
janela do carro⁄ônibus⁄trem sem maiores preocupações e sem esperar olhares de
reprovação. A nova lei pode até inibir um pouco este desagradável ato.
Entretanto, fazer “doer no bolso” não parece o modo adequado de se promover uma
“revolução cultural”.
A falta de respeito pelos espaços coletivos e o
entendimento dos diversos problemas que a disposição inadequada dos resíduos
pode causar são questões que não podem ser resolvidas por simples coesão
policial.
O espaço público não é visto, deveras, como aquele que
pertence a todos, mas como aquele que não pertence a ninguém. O respeito e o
zelo pelos espaços coletivos são fruto do sentimento de pertencimento das
pessoas pelo meio ambiente em que estão inseridas. Isto, por sua vez, é
conseguido através de sensibilização e educação (que neste caso, nem precisa do
adjetivo ambiental). Seria possível multar alguém por não ser sensível às
questões ambientais? Uma revolução cultural é realmente importante no momento.
Mas ela leva tempo. E quem quer “mostrar serviço”, não pode esperar tanto.
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