Por William Cruz
Após as jornadas de Junho, parecia que o Brasil
voltava à sua rotina normal. Depois de milhões de pessoas ocuparem as ruas e
agitar a vida política do país exigindo melhoras nos serviços públicos (educação,
saúde e transportes...), a cidade do Rio de Janeiro demonstrou que há ainda
muita coisa para reivindicar.
Os
professores da rede pública do município e do estado decretaram greve que já
dura mais de dois meses contra o Plano de Cargos e Salários apresentado pela
prefeitura. Além do repúdio total à lógica empresarial da Secretaria de
Educação do Município e sua secretária, Claudia Constin, ao tratar a educação
como negócio e impor a meritocracia e a dupla função aos professores. Embalados
pelas vozes que ecoavam contra o governo do PMDB fluminense, os profissionais
da Educação endossaram as críticas contra Eduardo Paes e Sérgio Cabral,
prefeito e governador, respectivamente, ao levar o debate da qualidade da
educação pública para toda a sociedade.
Manifestação de professores no Rio de Janeiro. Por Levy Ribeiro/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo. |
Segundo
o sindicato da categoria (SEPE), o Plano da prefeitura é um retrocesso, pois
aumenta os problemas já recorrentes nas escolas públicas. Como resposta à sua possível
aprovação pela Câmara dos Vereadores, os profissionais deliberaram a ocupação
da casa parlamentar. De lá para cá, a grande mídia divulgou cenas de barbárie
protagonizadas por um aparelho repressor a serviço das politicagens do governo
do PMDB. Circulou um farto material que deixou claro o despreparo de alguns
policiais militares na sua atuação nas manifestações. Prisões arbitrárias,
excessos na abordagem e abusos se tornaram uma constante no que se refere ao
modus operandi da PMERJ.
Infelizmente,
o Plano foi aprovado pela bancada governista da Câmara que optou por ignorar a
atender as reivindicações da sociedade. Respondendo a esse total desrespeito
com o cidadão, no último dia 7, a Rio Branco foi tomada por petroleiros,
educadores e outros manifestantes que entenderam que as manifestações de junho
ainda não terminaram. Provaram que todas as frentes de lutas estão interligadas
e a Educação é uma pauta importante em qualquer agenda de luta.
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