Eike Batista, filho do ex-ministro de Minas e Energia, Ezequiel Batista, concentrou seus esforços com os negociadores chineses, legado do seu pai. Na extração de minérios, a MMX, maior fornecedora da matéria prima a Siderurgia chinesa, domina o setor junto a sua concorrente Vale, espoliando os bens naturais e aviltando as comunidades tradicionais. A ganância de Eike Batista causa espanto, sua meta de chegar ao primeiro lugar como o homem mais rico do mundo não é novidade nenhuma, porém a maneira sórdida através da qual consegue acumular capital fica omissa.
O seu mais novo megaprojeto, que favorece seus parceiros chineses, é a Zona Portuária do Açu, em São João da Barra (RJ). Serão 1.500 famílias desalojadas e a remoção já foi iniciada sem ao menos o estabelecimento de um lugar para serem realocados. Os agricultores estão indignados com a falta de respeito e com a truculência do processo de remoção, que está sendo feito pela segurança privada de Eike junto com a polícia militar.
A intimidade entre Eike Batista e o Governo Municipal provoca aversão. Quais são as verdadeiras intenções dessa parceria? O que está em jogo? Travestido de “bomburguês”, o empresário, “amigo” do prefeito Eduardo Paes, nessa manifestação de caridade e compromisso social, financia a pacificação das favelas cariocas e sua urbanização. As implantações das UPPs ( unidade de polícia pacificadora), vista pelos crédulos como medida de segurança pública, não possui um propósito simplista de combate ao narcotráfico. A empresa REX do empresário atua no setor imobiliário, e seus negócios estão sendo atrapalhados pelos problemas de “favelização” de pontos da Zona Sul Carioca. Tendo em vista a perda de dinheiro que estava tendo, Eike Batista, impulsionado pela especulação imobiliária, se movimentou para expulsar os favelados e “urbanizar” essas áreas. Na favela da Rocinha, por exemplo, algo tão grave quanto o antigo tráfico assola os moradores: o atual alto custo de vida. Após a chegada da UPP, o aluguel da parte baixa teve um aumento de 100% [1]. Sem condições para arcar com as contas no final do mês, um fluxo migratório da população da Rocinha rumo a áreas de menor valor imobiliário chegou à recorde na América Latina [1].
[1] http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/rocinha-fica-mais-cara-e-expulsa-moradores-20120303.html, acessado dia 05 de julho de 2012 às 21:13 horas.
Por William Cruz
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