Por Ana Eliza Martinho
Quando o nível das hidroelétricas baixa demais existe o risco
de que a quantidade de energia gerada não supra a demanda do país. Para que não
falte energia, outras fontes precisam ser acionadas. Seja por conveniência ou
por comodidade dos setores beneficiados, a opção sempre recai sobre a energia
fóssil. Dessa forma, a energia hidroelétrica, que possui emissões de gases de
efeito estufa relativamente baixas, cede espaço para as termoelétricas
altamente poluidoras, deixando em terceiro plano as fontes mais limpas como a
solar, a eólica e a biomassa.
Um evento como a seca, que pode ser agravado por alterações
climáticas, é responsável pela redução do nível dos reservatórios das
hidroelétricas, que são complementadas por termoelétricas geradoras de gases de
efeito estufa, que geram mais mudanças no clima e mais seca. Continuaremos
neste ciclo esquizofrênico e anacrônico, enquanto não insistirmos na adoção de
um modelo que possa aproveitar todas as vantagens da energia renovável.
A lentidão em se diversificar a matriz energética levará a
prejuízos ambientais altíssimos. Assim, não há desconto na conta de luz que
resolva.
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