sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vazamento de Urânio na Bahia

Por Observatório do Pré-sal

25 anos após o acidente com Césio-137 em Goiânia, uma operação na mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caetité, a 445 km de salvador (BA), derramou urânio em pó que estava sendo embalado em um tambor. O acidente ocorreu na manhã do dia 18 de outubro e foi comunicado ao escritório local da Comissão de Energia Nuclear (CNEM), de acordo com a INB. O incidente só veio à público graças à denúncia de um sindicalista local.

A INB, tentando diminuir o alarde em torno do acontecimento, classificou o episódio como um incidente em área de embalagem do concentrado de urânio, onde vazaram cerca de 100 Kg de urânio beneficiado na forma de Yellowcake. Afirmou ainda que as medidas tomadas limparam toda a área e asseguram que não haverá contaminação humana e nem do meio ambiente.

No entanto, o sindicato tem uma versão diferente. Estima que vazaram cerca de 400 kg de urânio na forma de Yellowcake, o volume é a quantidade de um tambor cheio. O dirigente sindical que fez a denúncia também afirmou que o clima entre os trabalhadores é de medo, pelas consequências que o contato com o pó podem gerar na saúde deles.

A mina em Caetité é a única mina de urânio em atividade na América Latina. O beneficiamento e a sua transformação em Yellowcake é feito na própria mina, em Caetité. Após esse processo o urânio é enviado para a França para ser enriquecido e retorna ao Brasil para servir de combustível às usinas nucleares em Angra dos Reis.

Não é a primeira vez que ocorrem acidentes em Caetité. Além de sofrer uma profunda desconfiança por boa parte da população local, a mina de Caetité enfrenta uma grande resistência dos movimentos civis organizados, como a Comissão Pastoral da Terra e o Greenpeace que são contra a o programa nuclear brasileiro.

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