segunda-feira, 8 de julho de 2013

Plano para o lixo ainda é raro no Estado do Rio de Janeiro

Com a exceção do município do Rio de Janeiro, que é fiscalizado pelo TCM (Tribunal de Contas do Município), outros 91 foram visitados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) que mostrou o que grande parte dos moradores destas localidades já sabem há muito tempo: administração de coleta e destinação de lixo no Estado do Rio de Janeiro é um problema gravíssimo. 

Segundo o TCE, essas 91 cidades não possuem um plano municipal de Resíduos Sólidos, e sem esse plano o governo federal pode cortar o incentivo para esta área em 2014. Grande parte da ausência de plano pode ser causada pela falta de controle do quanto é recolhido tanto pelas empresas públicas quanto pelos contratos. Além disso, lixões clandestinos podem ser encontrados em diversas cidades - não só no Estado do Rio de Janeiro.

Conforme informação encontrada no site da SEA (Secretaria Estadual do Ambiente), uma parceria entre governo do Estado e município de Niteroi, que receberá 20 reais por tonelada de lixo domiciliar conduzido ao Aterro de São Gonçalo.

Ainda segundo o secretário Carlos Minc, com o apoio do governo Estadual, municípios aos poucos se enquadrarão na meta de realizar planos municipais de resíduos sólidos. A meta do governo do estado é atingir o número de ZERO lixões até 2014.

De acordo com a SEA, a meta do Governo do Estado é conseguir até 2014 a erradicação de todos os lixões municipais – com as 92 cidades fluminenses passando a descartar seus resíduos sólidos em aterros sanitários ou em centrais de tratamento de resíduos (CTRs); com plantas de aproveitamento energético – ou seja, transformando em energia o gás metano gerado pela decomposição do lixo.

Um dos eixos principais de atuação para a erradicação dos lixões municipais até 2014 – como determina a Lei Nacional de Resíduos Sólidos – é o Programa Lixão Zero, que, coordenado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), integra o Pacto pelo Saneamento e faz parte do Plano Guanabara Limpa.





segunda-feira, 1 de julho de 2013

Noruega importa lixo para produzir energia

Oslo é uma cidade que importa lixo. Parte vem da Inglaterra, parte vem da Irlanda e parte vem da vizinha Suécia. Ela inclusive tem planos para o mercado americano.
"Eu gostaria de receber alguma coisa dos Estados Unidos", disse Pal Mikkelsen em seu escritório, numa enorme usina na periferia da cidade, onde o lixo é transformado em calor e em eletricidade. "O transporte marítimo é barato."
Oslo, onde metade da cidade e a maioria das escolas são aquecidas pela queima do lixo -lixo doméstico, resíduos industriais e até resíduos tóxicos e perigosos de hospitais e apreensões de drogas-, tem um problema: o lixo para queimar se esgotou.
O problema não é exclusivo de Oslo. Em toda a Europa setentrional, onde a prática de queimar lixo para gerar calor e eletricidade disparou nas últimas décadas, a demanda por lixo é muito superior à oferta.
A meticulosa população do norte europeu produz apenas cerca de 136 milhões de toneladas de resíduos por ano, muito pouco para abastecer usinas incineradoras capazes de consumir mais de 635 milhões de toneladas.
"Mas os suecos continuam a construir [mais usinas], assim como a Áustria e a Alemanha", disse Mikkelsen, 50, engenheiro mecânico que há um ano é o diretor-gerente da agência municipal encarregada da transformação de resíduos em energia.
De navio e de caminhão, incontáveis toneladas de lixo viajam de regiões onde há excesso de resíduos para outras que têm capacidade para queimá-las e transformá-las em energia. A maioria das pessoas no país aprova a ideia.
Os ingleses também gostam. A empresa de Yorkshire que lida com a coleta de lixo no norte da Inglaterra atualmente embarca até 907 toneladas de lixo por mês para os países do norte da Europa, incluindo a Noruega, de acordo com Donna Cox, assessora de imprensa da prefeitura de Leeds. Um imposto britânico sobre os aterros sanitários faz com que seja mais barato enviar o lixo para lugares como Oslo.
Para alguns, pode parecer bizarro que Oslo recorra à importação de lixo para produzir energia. A Noruega está entre os dez maiores exportadores mundiais de petróleo e gás e tem abundantes reservas de carvão e uma rede de mais de 1.100 usinas hidrelétricas em suas montanhas, ricas em água.
Mikkelsen, no entanto,disse que a queima do lixo é "um jogo de energia renovável para reduzir o uso de combustíveis fósseis".
Já Lars Haltbrekken, presidente da mais antiga entidade ambientalista da Noruega, afirmou que, do ponto de vista ambiental, a tendência de transformar resíduos em energia constitui um grande problema, por gerar pressão pela produção de mais lixo.
Numa hierarquia de objetivos ambientais, disse Haltbrekken, a redução da produção de resíduos deveria estar em primeiro lugar, ao passo que a geração de energia a partir do lixo deveria estar no final. "O problema é que a nossa prioridade mais baixa conflita com a mais alta", disse ele.
Energia gerada com lixo em usina de Oslo aquece metade da cidade
Energia gerada com lixo em usina de Oslo aquece metade da cidade - The New York Times

Em Oslo, as famílias separam seu lixo, colocando os restos de comida em sacos plásticos verdes, os plásticos em sacos azuis e os vidros em outro lugar. Os sacos são distribuídos gratuitamente em mercearias e outras lojas.
Mikkelsen comanda duas usinas. A maior delas usa sensores computadorizados para separar os sacos de lixo codificados por cor.
A separação do lixo orgânico, incluindo os restos de comida, passou a permitir que Oslo produza biogás, o qual já abastece alguns ônibus no centro da cidade.
Outras áreas da Europa estão produzindo grande quantidade de lixo, incluindo o sul da Itália, onde lugares como Nápoles pagaram a cidades da Alemanha e da Holanda para que aceitem seus resíduos, ajudando a neutralizar uma crise napolitana na coleta do lixo. No entanto, embora Oslo tenha cogitado receber o lixo italiano, a cidade preferiu continuar com o inglês, considerado mais limpo e seguro. "É uma questão delicada", diz Mikkelsen.

A notícia originalmente saiu no The New York Times e pode ser encontrada aqui