segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Novas tecnologias de purificação da água

Por Fernanda Ramos

                Com bastante frequência, a temática do racionamento de água e até mesmo a sugestão de políticas mitigadoras para o consumo irracional são dicutidos por jornais, revistas e até mesmo em salas de aula. Mas, direcionar o olhar para solucionar o problema da poluição dos corpos hídricos (instalada por longos anos) é uma tarefa tão importante quanto pensar no futuro do que ainda nos resta.
               Dentro do panomorama caótico global de racionamento e divisão da água pelo mundo, nascem, principalmente em centros de tecnologia, inúmeras ideias para salvar os rios, lagos e mares tão poluídos pelo dia a dia do ser humano. De todas estas ideias, existem duas que são significativamente importantes.
         Na Universidade de Yonsei, na Coréia do Sul, estudantes inventaram a garrafa Puri que utiliza o processo de osmose reversa como solução para transformar a água do mar em água ultrapura, apenas pressionando o êmbolo da garrafa.
                
                Porém, essa tecnologia (assim como ressaltam os criadores) deve ser utilizada apenas em casos de extrema necessidade, como por exemplo, por uma pessoa à deriva no mar por dias. Pois, a água ultrapura que resulta do processo não possui minerais e é, portanto, apenas para manter a pessoa hidratada por curto período de tempo.
          A Puri ainda não está disponível no mercado para venda, pois aguarda investidores que proporcionem a produção em larga escala. Porém, há outra tecnologia de purificação que já está disponível para vendas na internet, a OKO, de purificação de água poluída.
            A OKO é fruto de pesquisas da NASA e é produzida em larga escala pela empresa sueca que deu o nome à peça. É utilizado um sistema capaz de eliminar quase 100% das impurezas da água (99,9%).
                  No caso sueco, o sistema de filtragem tem poros com mícrons de diâmetro e podem filtrar água de até 100 galões. Isto possibilita que seja utilizada em sistemas de saneamento básico para pequenas e médias populações.
                 Outra promessa da garrafa OKO é a transformação de Coca-cola em água límpida, descartando todos os corantes, aromatizantes, xaropes , outros aditivos industriais e até mesmo o gás. Porém, nesse caso o açúcar não consegue ser eliminado pelo sistema de filtragem. Parece uma tecnologia muito avançada para realmente estar disponível no mercado, mas está a venda na internet por 25 dólares (equivalente a 55 reais).
                Todas estas inovações tecnológicas não são, ainda, a resolução dos problemas hídricos globais. Mas mantém viva a esperança de que conseguiremos um dia atenuar os efeitos desastrosos que os corpos aquáticos vem sofrendo ao longo dos séculos.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

2013: Ano Internacional da Cooperação pela Água

Por Larissa Relva

         Você consegue imaginar a vida sem água? Não, certo? De fato, esta substância é essencial para a sobrevivência de todos os organismos vivos, bem como para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades e economias. Portanto, é imprescindível que ela esteja disponível não só em quantidade adequada, como também com qualidade apropriada.
           A água é um recurso renovável. Contudo, a água doce disponível para consumo – ou seja, com a qualidade adequada para que possa ser empregada para os diversos fins em que é requerida – é limitada. Fatores como o uso ineficiente da mesma, a exploração irresponsável das reservas de águas subterrâneas e a poluição da água reduzem cada vez mais a disponibilidade deste recurso vital.
            Ademais, a disponibilidade da água doce no planeta não é uniforme. Conforme consta no Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cerca de um quarto das reservas de água doce mundiais encontram-se no Lago Baikal, localizado na escassamente povoada região da Sibéria. A América Latina – com 31% dos recursos universais de água doce – tem 12 vezes mais água por habitante do que, por exemplo, a Ásia do Sul. Enquanto a escassez de água é intensa em regiões do Médio Oriente, tal recurso é abundante em países como Brasil e Canadá.
              Mesmo no interior dos países há grandes disparidades de distribuição interna de água potável. No Brasil, a maior parte das reservas de água doce encontra-se na região Norte – mais especificamente na Bacia Amazônia –, região de baixa concentração populacional em comparação às regiões Nordeste, Sul e Sudeste, nas quais se encontram menores reservas do recurso. 
             
Vista do Rio Amazonas, constituinte da Bacia Amazônica.
Fonte: Portal Brasil.
          Os números preocupam: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente 783 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e 85% da população mundial habita a metade mais seca do planeta. Além disso, segundo o supracitado Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006 (PNUD), há possibilidade de que, no ano 2025, mais de 3 bilhões de pessoas vivam em países sujeitos a pressão sobre os recursos hídricos.
        Em meio a este cenário, a ONU definiu 2013 como o Ano Internacional da Cooperação pela Água. A cooperação é fundamental, pois o trato de temas relativos à biosfera requer a compreensão do caráter sistêmico da mesma. Ações tomadas em determinada localidade afetam as bases de bens naturais de outras - nem a água e nem a poluição se limitam a fronteiras políticas.
            A cooperação pela água refere-se ao engajamento dos agentes sociais – setores público e privado, governos, formuladores de políticas, cientistas, especialistas, sociedade civil e organizações não governamentais e internacionais – em prol de melhores gestão e gerenciamento da água potável, para que esta possa atender às necessidades de todos.
Caixa de texto: Divulgação.
        Dessa forma, merecem estímulo as abordagens da cooperação pela água que sejam inovadoras e adequadas aos níveis local, nacional, regional e internacional. A ampla participação de cidadãos na tomada de decisões, a realização de debates abertos sobre questões relativas aos recursos hídricos e o estabelecimento de comissões e acordos internacionais são de grande valia. Interessante é também perceber a cooperação pela água como uma oportunidade de reforço do diálogo entre comunidades e nações e reconciliação entre as que enfrentam tensões políticas. 



Logo do Ano Internacional da Cooperação pela Água (ONU).
Divulgação.
 Adicionalmente, é oportuno ressaltar que o consumo da água potável deve ser realizado de maneira consciente. Tendo em vista que a água é um bem compartilhado pela comunidade global, a irresponsabilidade no uso da mesma por determinada população acarreta prejuízos a outras populações e ecossistemas. Os padrões de consumo da água potável devem ser ajustados, de maneira a permitir a distribuição equilibrada e justa do recurso, respeitando os limites ambientais. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Passando a Borracha na Educação

Por William Cruz
            
            Após as jornadas de Junho, parecia que o Brasil voltava à sua rotina normal. Depois de milhões de pessoas ocuparem as ruas e agitar a vida política do país exigindo melhoras nos serviços públicos (educação, saúde e transportes...), a cidade do Rio de Janeiro demonstrou que há ainda muita coisa para reivindicar.
            Os professores da rede pública do município e do estado decretaram greve que já dura mais de dois meses contra o Plano de Cargos e Salários apresentado pela prefeitura. Além do repúdio total à lógica empresarial da Secretaria de Educação do Município e sua secretária, Claudia Constin, ao tratar a educação como negócio e impor a meritocracia e a dupla função aos professores. Embalados pelas vozes que ecoavam contra o governo do PMDB fluminense, os profissionais da Educação endossaram as críticas contra Eduardo Paes e Sérgio Cabral, prefeito e governador, respectivamente, ao levar o debate da qualidade da educação pública para toda a sociedade.


Manifestação de professores no Rio de Janeiro.
Por Levy Ribeiro/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo. 


            Segundo o sindicato da categoria (SEPE), o Plano da prefeitura é um retrocesso, pois aumenta os problemas já recorrentes nas escolas públicas. Como resposta à sua possível aprovação pela Câmara dos Vereadores, os profissionais deliberaram a ocupação da casa parlamentar. De lá para cá, a grande mídia divulgou cenas de barbárie protagonizadas por um aparelho repressor a serviço das politicagens do governo do PMDB. Circulou um farto material que deixou claro o despreparo de alguns policiais militares na sua atuação nas manifestações. Prisões arbitrárias, excessos na abordagem e abusos se tornaram uma constante no que se refere ao modus operandi da PMERJ.
            Infelizmente, o Plano foi aprovado pela bancada governista da Câmara que optou por ignorar a atender as reivindicações da sociedade. Respondendo a esse total desrespeito com o cidadão, no último dia 7, a Rio Branco foi tomada por petroleiros, educadores e outros manifestantes que entenderam que as manifestações de junho ainda não terminaram. Provaram que todas as frentes de lutas estão interligadas e a Educação é uma pauta importante em qualquer agenda de luta.
           Cabe aqui também uma pequena homenagem ao meu companheiro de Luta e grande educador, Emílio Araujo, que faleceu no início do mês de Outubro. Exemplo de um educador comprometido com a emancipação de seus educandos, nunca recuou nas lutas e nos deixou legado de grande aprendizado.