quinta-feira, 16 de maio de 2013

O caso do Bisfenol A


Desreguladores, disruptores e interferentes endócrinos: tais expressões são sinônimos utilizados para caracterizar um determinado grupo de micropoluentes (assim chamados por estarem presentes na biosfera em concentrações muito baixas). De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Rio de Janeiro (SBEM – RJ), eles são compostos químicos ou naturais presentes no meio ambiente e capazes de interferir no sistema endócrino, causando diversas alterações em nosso organismo.
Inúmeras substâncias empregadas em nosso dia-a-dia podem contê-los, como sabonetes, cosméticos, detergentes e alvejantes.

Cosméticos - fonte: http://conversademenina.files.wordpress.com
Um desregulador endócrino que vem atraindo atenção de pesquisadores em todo o mundo é o Bisfenol A (BPA). A substância química é encontrada em produtos plásticos a base de policarbonatos (mamadeiras, copos infantis, garrafões retornáveis de 20 litros, recipientes armazenadores de alimentos, luminárias, capacetes esportivos, entre outros) e em artigos que contenham resinas epóxi.
Nesse caso, costumam ser empregadas como revestimentos em inúmeras aplicações industriais e de consumo, como as embalagens metálicas de alimentos e bebidas.
Em 2010, foi lançada a Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos que tem como tema: “Diga não ao Bisfenol A, a vida não tem plano B”. Esta foi uma iniciativa da SBEM-SP, a qual defendeu a proibição, no Brasil, da presença da substância em produtos infantis e em embalagens de alimentos. A campanha tem como objetivo informar a população sobre os desreguladores endócrinos e, assim, estimular a evitar o contato.
Conforme explicado pela Dra. Tania Bachega no vídeo da campanha, O Bisfenol A tem uma atividade de hormônio feminino e, segundo demonstrado em pesquisas, está associado ao desenvolvimento de doenças tais como obesidade, síndrome de ovários policísticos em mulheres e infertilidade em homens.
No entanto, segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado em 2011, foi observado que para diversos desfechos analisados, o nível de exposição humana ao BPA é muito inferior ao que provocaria os efeitos adversos. Além disso, estudos acerca da toxicidade relacionada às atividades de desenvolvimento e reprodução evidenciaram a ocorrência de efeitos negativos somente quando os indivíduos são expostos a doses elevadas de BPA.

            Outros estudos mostraram associação de certos sintomas (desenvolvimento neurológico específico ao sexo, ansiedade, mudanças pré-neoplásicas nas glândulas mamárias e próstata de ratos, parâmetros visuais do esperma) com doses mais baixas de BPA. Essas doses são próximas às estimadas de exposição humana corrente ao BPA, de forma que a confirmação dos resultados dos ditos estudos seria preocupante.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SP
Alguns estudiosos e organizações alegam que as evidências de danos à saúde provocados pelo BPA ainda não são significativas, enquanto outros afirmam justamente o contrário. Setores da mídia se aproveitam do posicionamento destes últimos e exploram o tema de maneira a espalhar caos entre a população e obter os lucros possíveis.
De qualquer modo, A ANVISA, por precaução, baniu o Bisfenol A da composição de mamadeiras, proibindo a importação e a fabricação das que o contenham, desde janeiro de 2012. No que diz respeito à presença de BPA em outros artigos que entram em contato com alimentos, a legislação determina o limite máximo de migração específica da substância para os mesmos, de acordo com dados obtidos em análises toxicológicas.
Como os efeitos negativos do BPA ainda não estão completamente esclarecidos, não há níveis seguros de exposição do mesmo e de outros desreguladores endócrinos com o organismo.
O grupo de trabalho da SBEM-RJ deu algumas orientações para auxiliar a população nesse sentido, as quais podem ser obtidas no site da sociedade.
Com muitos produtos em cheque, uma alternativa é o uso de panelas de vidro ou aço inox na cozinha. Outras medidas, com base nos estudos, é evitar alimentos processados e produzidos com agrotóxico e não usar recipientes plásticos para estocar água, principalmente em congelador, nem para armazenar comida quente ou aquecê-la no micro-ondas. Além disso, é recomendado não dar mordedores ou brinquedos de plástico macio para crianças pequenas e dar preferência a plásticos livres de BPA e Ftalato.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Dicas de Leitura


Compreender o meio ambiente e suas diferentes nuances pode ser uma tarefa árdua.

Abaixo, separamos algumas publicações interessantes, que discutem algumas das principais questões ecológicas atuais.
Boa leitura!
  • O lado B da Economia Verde

 A Economia Verde é um termo ouvido com frequência. Você sabe realmente o que isso significa? Esta publicação da ONG Heinrich Böll Stiftung   traz questões e conflitos que envolvem: mercado de carbono, instrumentos econômicos de compensação ambiental, Pagamento por Serviços Ambientais e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Você encontrará aqui definições, iniciativas no Brasil e outras informações.

  • Outro Futuro é possível

Formulado em contraposição documento “O Futuro que Queremos” proposto pela ONU durante a Rio+20, este caderno reúne trabalhos realizados pelos Grupos Temáticos do “Fórum Social Temático, Crise Capitalista Justiça Social e Ambiental”, que foi um preparatório para a Cúpula dos Povos da Rio+20, ocorrido em Porto Alegre em janeiro de 2012.

  • Novo-Marco-Legal-da-Mineracao-no-Brasil: Para que e para quem?

Publicação aborda de forma crítica o Novo Marco da Mineração do Brasil, incluindo o contexto social, impactos ambientais e novas perspectivas.. Realização:  Federação  de  órgãos  para  Assistência  Social  e  Educacional (FASE)

  • Por um outro desenvolvimento

Criado pela ONG Abong, este livro busca investir no debate e na construção de novos paradigmas de desenvolvimento, superando o modelo atual e o quadro de destruição das condições de vida.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Rio quer atingir meta ousada

De acordo com artigo publicado na Secretaria do Estado do Ambiente, o setor de transportes do Rio de Janeiro pretende diminuir a emissão de gases do efeito estufa e atingir em 2016 metade da meta estipulada para 2030.

Ainda de acordo com o relatório, essa meta será cumprida caso as perspectivas para o setor - como substituição de frotas particulares e coletivos por frotas ambientalmente amigáveis - sejam cumpridas. 

De acordo com o secretário de meio ambiente Carlos Minc, "O uso de energia é responsável por mais de 60% das emissões de CO2, dos quais o setor dos transportes representa 45%. Não existe ecologia urbana sem a melhoria da eficiência e a expansão dos trens, barcas, metrô. Por isso, marcamos duro nas vistorias de veículos, incentivamos o uso de biocombustível e agilizamos o licenciamento das novas linhas de metrôs, que é o tatu ecológico".

Ainda de acordo com o artigo, a estimativa é que de acordo com o total de 1,8 milhões de toneladas a serem reduzidas, diferentes modais alcançarão diferentes reduções como abaixo:


  • Melhorias na rede ferroviária: 884.330 toneladas
  • Reestruturação rodoviária: 504.400 toneladas
  • Expansão da malha metroviária: 414.300 toneladas
  • Expansão hidroviária: 33.060 toneladas
Secretário Minc apresentando as metas de redução do Rio de Janeiro para 2016. Fonte: SEA-RJ.
Apesar de uma estimativa positiva, as metas de redução apresentam-se um pouco longe de serem alcançadas. Isto porque os incentivos e investimentos nos modais do setor de transportes ainda são muito pequenos e os projetos apresentados para adequação - como as obras das linhas do metrô, por exemplo - mostram-se inadequadas diante do quadro previsto pela Secretaria.

E você, o que acha?
Acha que é possível alcançar esta meta ou a SEA está vivendo uma utopia?
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