sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Por que não queremos a demolição da Aldeia Maracanã?


Em poucos meses ficou quase impossível não escutar o nome “Aldeia Maracanã”. Através dos grandes meios de comunicação, mídias alternativas e redes sociais, muitas foram as informações divulgadas sobre esse espaço.

O Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, que hoje se encontra em Botafogo coordenado por não-índios e criticado por manter uma estrutura verticalizada e burocrática, é um patrimônio de valor material e imaterial localizado no bairro do Maracanã, anexado ao Complexo do Maracanã, no meio do centro urbano. Lugar de difusão da cultura indígena a Aldeia Maracanã promove atividades culturais - entre elas: dança, coral, pintura corporal e ensino de línguas indígenas – abertas a população, oportunidade única de estar em contato com os saberes desses povos tradicionais.

Atualmente, a Aldeia abriga, aproximadamente, 12 etnias (Guajajara, Kalapalu, Tupinambá, Assurini, Pataxo, Krikati, Achaninca, Potiguara, Tukano, Fulnio, Apurinã e Puri), é mantida pela ajuda de sindicatos por meio de doações e contas arcadas pela União. O conflito gerado pelos interesses  do Governador Sérgio Cabral, junto aos meios corporativos de comunicação de massa que apoiam o político peemedebista, colocam como inexorável a demolição do prédio e a remoção dos índios daquele espaço. Há indícios de irregularidade desde a compra do terreno por 60 milhões pelo governo estadual, vendido pelo Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A aquisição foi feita sem consultar os Índios, a Funai e o próprio Ministério da Agricultura, que até então era proprietário. Antes da década de 70 a questão indígena era tratada pelo Ministério da Agricultura, pois a concepção da época era que o índio iria ser tornar camponês. Com as mudanças da visão do homem branco sobre os índios, mais tarde, quem ficou encarregado foi o Ministério da Justiça.

Dentre esses e outros motivos, a Aldeia Maracanã não pode ser destruída, pois, com ela iria uma parte de nossa história. Além, de apagar uma herança simbólica das lutas travadas por Darcy Ribeiro e Villas-Bôas.


Muitos órgãos, instituições e entidades já se posicionaram contra a intenção do Governador Sérgio Cabral, “choveram” pareceres técnicos, de tombamento e notas da Fifa e a Unesco desfavoráveis a demolição do prédio foram publicadas. Espaço que poderia ser mais bem aproveitado pelo município explorando a área de turismo e educação, e ali ser instalada uma universidade indígena para potencializar o papel difusor cultural que a Aldeia Maracanã possui. 

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